sábado, 10 de julho de 2010

Alterações incluem ordenação de diaconisa e abuso sexual


Atlanta, EUA ...[ANN] Delegados da Igreja Adventista do Sétimo Dia continuaram a se debater com mais de 95 alterações propostas ao Manual da Igreja durante reuniões de negócios esta semana no ginásio esportivo Georgia Dome, em Atlanta, Ga., EUA, local da 59a. Assembleia Mundial da denominação.

Até terça-feira ao meio-dia os delegados tinham votado a permissão de ordenação de diaconisas em regiões cuja liderança favoreça tal medida, bem como adições de palavras vigorosas para tornar a Igreja e atividades ligadas a igrejas mais seguras para crianças.

Numa reunião administrativa em 2008, membros da Comissão Executiva da Igreja a nível mundial aprovaram a designação de um grupo de estudo para rever o Manual da Igreja, que foi revisado pela última vez em 2005, visando a assegurar "estilo e coerência", declara a agenda da sessão.

Em 27 de junho as discussões foram marcadas por revisão ao Manual a fim de acomodar a estrutura de uniões de igrejas em que um grupo de congregações adventistas locais respondem diretamente a suas respectivas uniões, eliminando a estrutura de associação na região. Os delegados votaram a proposta para conceder maior flexibilidade à estrutura da Igreja, reconhecendo que nem todas as regiões se enquadram no mesmo molde.

Alguns delegados revelaram-se mais relutantes em aceitar diferenças regionais na manhã seguinte, quando debateram uma proposta para incluir a ordenação de diaconisas no Manual, sujeita à aprovação da liderança de maior hierarquia em cada região. Anteriormente, a menção de ordenação de diaconisas esteva ausente.

Outras delegações regionais apoiaram a mudança proposta, finalmente aprovada pelos delegados e aplicável a todas as divisões, como um passo necessário rumo à afirmação das mulheres -- especialmente as mais jovens -- no ministério. "Se votarmos contra algo tão inócuo como isso eu lhes digo, vamos desencorajarar nossos jovens", disse John Brunt, representando a América do Norte. "Eles não são apenas o futuro da Igreja, são o presente".

Muitos delegados da região eclesiástica da África do Sul-Oceano Índico opuseram-se à proposta, argumentando que era supérflua e especulando que conduziria à ordenação de mulheres como pastoras. "É minha opinião que a Comissão do Manual da Igreja ultrapassou os seus limites ", disse Stain Liyanda da região da África do Sul-Oceano Índico.

Liyanda disse que a proposta era uma "emboscada" do Manual pretendendo dar à ordenação de mulheres um ponto de avanço sem precedentes. Em resposta, o recém-eleito subsecretário da Igreja a nível mundial, Homer Trecartin, lembrou aos delegados que cada um tinha uma cópia das mudanças propostas desde maio -- "tempo suficiente" para revisão.

Jeroen Tuinstra, representando a regiãoTrans-Europeia, sugeriu que a frase inteira da proposta fosse omitida e que o termo "diácono" fosse considerado neutro, para que homens e mulheres sirvam nessa função ordenados do mesmo modo.


Os delegados votaram aceitar a alteração, mas era evidente que muitos não ficaram satisfeitos com o resultado. Alguns vieram até os microfones para delegados depois da votação, na tentativa de reacender o debate.

Várias revisões menores foram votadas com pouca ou nenhuma discussão durante a sessão da tarde. Contudo, após uma hora de reunião, com cerca de dois terços das mudanças propostas ainda pendentes, muitos delegados aparentemente ficaram impacientes e tentaram acelerar o processo de votação agitando os seus cartões amarelos antes de propostas serem submetidas.

Contudo, os delegados detiveram-se atentos quando surgiu um item para bloqueio de ex-agressores sexuais em se transferirem para nova congregação sem notificação por escrito de seu passado. Alguns delegados, entre eles um advogado, revelaram preocupação de que a linguagem era muito vigorosa e poderia conduzir a processos judiciais se um pessoa fosse indevidamente acusada de abuso.

O Conselheiro Geral da Igreja a nível mundial, Karnik Doukmetzian, discordou. "Prefiro defender uma ação de difamação de caráter contra a Igreja do que correr o risco de uma criança ser abusada", afirmou ele. A diretora-associada de Ministérios da Família, Karen Flores, o apoiou nisso. Ela disse que o perdão não elimina as consequências, e no caso de abuso infantil, tais consequências são "graves e de enormes consequências". Depois de longo debate, os delegados votaram aceitar a mudança.

Em um item semelhante, oficiais que moderavam a discussão informaram aos delegados que a Comissão Executiva da Igreja a nível mundial havia alterado a linguagem sobre um item em que se buscava proteger crianças por bloquearem predadores sexuais de posições que lhes possibilitaria contato com menores.

A nova linguagem permitia que abusadores presumivelmente arrependidos assistam à Igreja e eventos com esta relacionados. Vários delegados disseram que era injusto esperar que votassem num item de que não tinham visto uma cópia, uma vez que suas cópias da agenda da sessão não incluíam a atualização.

Delegados da região Trans-Européia da Igreja foram particularmente insistentes nisso, propondo que se deixasse a questão em suspenso até que uma cópia fosse projetada nos telões do Georgia Dome. Mais tarde, após um exemplar ter sido exibido nas telas, alguns delegados questionaram a sabedoria de permitir que perpetradores estivessem potencialmente nas proximidades de sua(s) vítima(s).

Esta manhã, os delegados revisaram o Manual da Igreja votando incluir em vários capítulos uma declaração exigindo verificação de antecedentes e certificações para todos os funcionários da Igreja e voluntários que trabalhem em estreita colaboração com menores.

Espera-se que os delegados concluam a aprovação das alterações propostas ao Manual da Igreja durante uma sessão de debates na tarde de hoje. Se necessário, o processo será continuado durante a semana [ANN, Elizabeth Lechleitner]

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